Dicas de Especialistas

INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA

RESUMO
O presente trabalho aborda uma breve discussão sobre as diversas ferramentas educacionais
que podem ser aplicadas na Educação Básica. Tendo como fonte de estudo a revisão
bibliográfica pautada na análise de trabalhos já publicados na área. A partir deste trabalho
objetiva-se analisar produções científicas disponíveis na literatura que tratem da temática, expor
algumas reflexões e considerações sobre a aplicação da inclusão digital na educação básica na
consagrada práxis do educador frente às novas ferramentas tecnológicas. Tratando-se aqui não
de uma análise sobre as “deficiências”, porém, de uma reflexão textual da inclusão digital na
Educação Básica e as tecnologias aplicadas à educação. Sabe-se que o acesso das pessoas às
tecnologias da informação e comunicação fazem parte deste processo no contexto educacional
em busca da inclusão digital com ações afirmativas que venham abastecer a comunidade
escolar, pois somos conscientes de que apenas os recursos materiais não bastam para que a
educação digital aconteça. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de revisão bibliográfica
descritiva, exploratória, considerando as contribuições de diversos autores que demonstraram a
necessidade do debate da temática aqui abordada, evidenciando vários fatores que contribuem
para a valorização desse relevante processo educacional.
Palavras-chave: Inclusão Digital; Educação Básica; Práticas Pedagógicas.
DIGITAL INCLUSION IN BASIC EDUCATION
Abstract
The present work addresses a brief discussion about the various educational tools that can be
applied in Basic Education. Having as a source of study the bibliographic review based on the
analysis of works already published in the area. From this work, the objective is to analyze
scientific productions available in the literature that deal with the subject, to expose some
reflections and considerations about the application of digital inclusion in basic education in the
consecrated praxis of the educator in front of the new technological tools. This is not an analysis
of “deficiencies”, but a textual reflection on digital inclusion in Basic Education and the
technologies applied to education. It is known that people’s access to information and
communication technologies are part of this process in the educational context in search of digital
inclusion with affirmative actions that will supply the school community, as we are aware that only
material resources are not enough for digital education happens. To this end, a descriptive,
exploratory bibliographical review was carried out, considering the contributions of several
authors who demonstrated the need for debate on the theme addressed here, highlighting several
factors that contribute to the appreciation of this relevant educational process.
1Especialista pós-graduada em Cultura e Literatura pela Faculdade São Luís/MA; Pós Graduada
em Metodologias Ativas pela Faculdade UNIASSELVI; Professora da rede estadual de educação
/MG na disciplina ARTE. Professora Tutora da Faculdade ÚNICA e Vice-Diretora da Escola
Estadual João XXIII na cidade Ipatinga/MG. Email: [email protected]

Keywords: Digital inclusion; Basic education; Pedagogical practices.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta uma análise sobre a importância da
Inclusão Digital na Educação Básica como ferramenta pedagógica para a
sociedade dentro e fora do ambiente escolar. Diante do presente tema, culminouse o seguinte questionamento: Como trabalhar a Inclusão Digital na Educação
se levarmos em consideração que a maioria, senão todos os educandos não
possuem notebooks, impressoras ou acesso à banda larga em sua casa? Como
aplicar na educação as novas tecnologias para desenvolver o conhecimento de
forma diversificada?
Sobre a visão da Inclusão Digital SILVA (2019) ressalta que:
Os pilares da inclusão digital são: acesso significativo à informação,
desenvolvimento de capacidades para seleção e uso dos recursos
postos à disposição pela tecnologia, o acesso à rede digital enquanto
possibilidade de intercambiar opiniões e informações, aprofundar
temas de interesse, conhecer os eventos mundiais e participar da vida
política. (SILVA, 2019, p. 14)
Nesse sentido, o presente estudo almeja compreender como ocorre a
inclusão digital no contexto escolar, identificando os desafios encontrados a
partir das tecnologias aplicadas à educação para a inclusão digital na educação
básica, descrevendo as tecnologias aplicadas à educação, frente às
características dos educandos e educadores inseridos na educação básica.
Diante do questionamento central, justifica-se a importância do presente
artigo, visando uma possibilidade de favorecer uma reflexão a respeito das
práticas pedagógicas dos profissionais da educação na inserção da tecnologia
como ferramenta educacional. Além de ser um tema atual, o qual envolve todos
os segmentos da sociedade, a escola é o local onde nossos alunos da Educação
Básica terão os alicerces básicos para a vida e para o ingresso na Universidade.
O art. 22 da Lei nº 9.394/96 prevê que:
A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando,
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores. (Art. 22, Lei nº 9.394/96)

Para tanto, espera-se que a escola seja um espaço de constante
construção do conhecimento, tendo como base ferramentas modernas como as
novas tecnologias aplicadas à educação, com equidade no alcance à toda a
comunidade escolar. A partir deste trabalho objetiva-se provocar o pensamento
sobre como a inserção da informatização na educação impacta na inclusão
digital e na produção de conhecimento.
ACESSO À MÍDIAS E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO: Conceitos e
desafios
O presente trabalho objetiva abordar as características de uma inclusão
digital na educação básica e seus desafios na contemporaneidade, junto às
práticas pedagógicas deste ambiente educacional através dos seus diferentes
papéis: como motivadoras na aprendizagem em geral; como facilitadora na
aquisição de novos conhecimentos e competências dos educandos; ou ainda,
como uma influência positiva no relacionamento entre educando e educador.
Com a chegada dos adventos tecnológicos, o educador, antes único detentor da
informação, assume um diferente papel na relação educacional ao se deparar
com um novo tipo de educando, que chega à escola trazendo consigo a imagem
de um mundo que ultrapassa os limites do núcleo familiar, do educador e da
própria escola, os chamados nativos digitais (PRENSKY, 2001).
Atualmente temos uma grande facilidade no acesso à tecnologia por parte
da população em geral. A facilidade para compra de aparelhos eletrônicos
instigou esse contato e aproximou ainda mais os alunos com o acesso à internet.
Parafraseando os autores BELLONI e GOMES (2008), SILVA (2019) reflete que:
A necessidade de consumo tecnológico encontra largo espaço na
juventude, que é muito mais suscetível ao novo. Por isso, propagam
na comunidade escolar, com a ajuda das mídias jornalísticas e
representantes comerciais, que crianças devem ter acesso a
tecnologias cada vez mais cedo por seus efeitos benéficos na
aprendizagem e desenvolvimento intelectual, porém os resultados de
pesquisas indicam que o uso de tecnologias digitais e acesso à internet
banda larga, apesar de ampliar o acesso ao conhecimento, parece não
estar produzindo os resultados esperados no que diz respeito à
ampliação de desempenho escolar. (SILVA, 2019, p.14)
Apesar da facilidade de acesso e de ter em mãos o aparelho tecnológico,
ainda existe uma dificuldade por parte dos educandos de filtrar as informações
que encontram na rede. Essa situação dificulta muitas vezes o desenvolvimento
educacional e a produção de conhecimento que podem ser desenvolvidos a
partir do uso das mídias tecnológicas. Contudo é necessário realizar a inclusão
digital de todos para que compreendam a potencialidade de utilização do acesso
à internet para o desenvolvimento de conhecimento. SILVA (2019) enfatiza que:
A Política de Inclusão Digital trata de inserir a questão em uma reflexão
mais ampla sobre a inclusão e a exclusão social, através da qual se
possa pensar não só em termos de distribuição de recursos, mas de
maior participação dos indivíduos na era digital. Isto significa que
devemos compreender os temas da atualidade política que estejam
conectados e tratar cada um segundo suas necessidades, cultura,
situação econômica e educacional. E isso também significa que as
instituições precisam se adaptar rapidamente às mudanças em curso
e é aí onde está o grande desafio. (SILVA, 2019, p.40)
Ao desenvolver a inclusão digital no contexto escolar é preciso olhar para
as diferentes situações que podem surgir. A busca por assuntos sociais,
desenvolvimento e produção de conhecimento e realização de atividades
escolares como pesquisas, trabalhos, jogos didáticos entre outros são opções
que o docente pode utilizar para instigar o uso das tecnologias para o
desenvolvimento educacional. É preciso compreender ainda que:
A inclusão envolve contextos culturais, sociais e econômicos e há uma
tendência natural das pessoas de classe média alta e os mais ricos de
utilizar a internet como ferramenta para lucratividade comercial,
geração de ativos, consumo de bens e serviços, redução de custos e
comunicação. (SILVA, 2019, p.18)
Quando se remete à expressão tecnologias aplicadas à educação é
preciso ter em mente que este conceito é variável e depende do contexto social
e do meio ambiente em que se situa. Atualmente, as tecnologias apresentam-se
de maneiras diferenciadas, por exemplo, o rádio que em determinada região
pode ser a mais nova tecnologia, assim como a internet pode ser em outra.
Partindo desta realidade, o presente trabalho objetiva abordar as características
de uma inclusão digital na educação básica e seus desafios na
contemporaneidade, junto às práticas pedagógicas deste ambiente educacional
através dos seus diferentes papéis: como motivadoras na aprendizagem em
geral; como facilitadora na aquisição de novos conhecimentos e competências
dos educandos; ou ainda, como uma influência positiva no relacionamento entre
educando e educador.
No contexto histórico da humanidade marcado por profundas mudanças
nas relações econômicas, sociais e políticas no cenário internacional, a
tecnologia digital sugere a ideia de uniformização de mundos, pois a informação
não é mais privilégio de alguns, mas torna-se quase universal (GADOTTI, 2000).
Este autor nos lembra de que nos últimos anos a informação deixou de ser uma
área ou especialidade para se tornar uma dimensão de tudo, transformando a
forma de como a sociedade se organizava (GADOTTI, 2000).
Para NETO e CARVALHO (2008):
A inclusão digital se dá a partir do momento em que as pessoas que
não tinham acesso aos meios digitais, para a recuperação da
informação, conseguem tê-lo, usando máquinas (normalmente
computadores), “softwares” e redes (normalmente a Internet). Quando
há acesso, e por consequência recuperação de informação, fica
possível também a produção e disseminação de informações. (NETO;
CARVALHO, 2008, p. 26)
A inclusão digital na educação básica ocorre, em primeira instância, por
meio do Programa Brasileiro Digital criado pela Secretaria de Inclusão Digital do
Governo Federal, através da Lei de nº. 11.196, de 21 de novembro de 2005 e
regulamentada pelo Decreto nº. 5.602, de 06 de dezembro de 2005. Prevendo o
Programa incentivos fiscais para aquisição de equipamentos tecnológicos,
estabelecendo diretrizes e normas para a execução do Programa nas
comunidades, por meio de alfabetização digital e da capacitação de alunos a
partir da ampliação do acesso comunitário gratuito, da ajuda na aquisição
domiciliar de microcomputadores e da universalização da conexão de internet
(BRASIL, 2009).
Porém, no contexto escolar, subentende-se que as ações de inclusão
influenciam nos resultados da educação que ela oferece e para favorecer uma
inclusão com equidade, apresenta-se seis dicas para garantir a inclusão, as
quais são: conhecimento do educando em sua totalidade; formação dos
profissionais; integração efetiva entre educador da sala de recurso multifuncional
e os do ensino regular; atendimento na sala de recurso multifuncional; uso da
tecnologia dentro da escola; e parceria escola e família é o caminho (SOUZA,
2017).
Assim, para que a inclusão ocorra e favoreça a todos os envolvidos nesse
processo, faz-se necessário que o educador repense e reestruture “estratégias
de ensino para não ficar preso ao espaço delimitado na sala de aula, faz-se
necessário repensar nas práticas pedagógicas até mesmo numa nova gestão de
classe” (SILVA; ARRUDA, 2014 p.6).
Nesse sentido, subentende-se que a definição mais vasta da tecnologia
não diz respeito somente à sua utilidade funcional, pois ao utilizar as tecnologias
aplicadas à educação como instrumento pedagógico para realizar a inclusão
digital, torna-se de relevante importância absorvê-la, torná-la parte de seu
cotidiano. Isso significa que tanto educadores, quanto educandos precisam se
apossar de tais ferramentas. Para tanto, o docente precisa atuar com suporte em
um novo padrão, não mais como apenas transmissor de informações, mas sim
elaborar situações de conhecimento nas quais o educando pratica as atividades
e alcança o aprendizado (PEIXOTO; BRANDÃO; SANTOS, 2007).
Diante do exposto, subentende-se que a inclusão digital, no contexto
escolar, é muito importante para o processo de ensino-aprendizagem, porém,
torna-se relevante, para sua inclusão, a compreensão de que cada método
tecnológico tem características próprias, pontos positivos e negativos, os quais
têm de ser debatidos para que possam ser usados pedagogicamente em sala de
aula (CHAVES, 2004). Assim, quando se remete à expressão tecnologias
aplicadas à educação é preciso ter em mente que este conceito é variável e
depende do contexto social e do meio ambiente em que se situa.
Diante do contexto, apresenta-se a conceitualização de inclusão digital,
onde a dimensão da proposta de inclusão, torna-se explícita nas palavras de
Teixeira (2010), o qual ressalta que:
[…] o conceito de inclusão digital para uma dimensão reticular,
caracterizando-o como um processo horizontal que deve acontecer a
partir do interior dos grupos com vista ao desenvolvimento de cultura
de rede, numa perspectiva que considere processos de interação, de
construção de identidade, de ampliação da cultura e de valorização da
diversidade, para a partir de uma postura de criação de conteúdos
próprios e de exercício da cidadania, possibilitar a quebra do ciclo de
produção, consumo e dependência tecnocultural. (TEIXEIRA, 2010
p.39).
Assim, por meio deste entendimento, percebe-se a dimensão acerca da
apropriação dos recursos tecnológicos, seja no âmbito escolar ou mesmo no
cotidiano do educando. A partir desta visão é possível que os educadores
promovam novas visões sobre o uso da tecnologia para a produção de
conhecimento para os alunos das diferentes etapas da educação básica.
CONCLUSÃO
No desenvolvimento deste trabalho, apresentou-se algumas
considerações construídas a partir do estudo e análise dos dados coletados na
pesquisa em consonância com a leitura dos teóricos relacionados aos assuntos
tratados nesta investigação, o que nos possibilitou a conclusão de entendermos
que educação digital, sob o prisma tecnológico, compreende a apreensão do
discurso da tecnologia, não apenas no domínio operacional da máquina, e não
somente na qualificação do sujeito para o mundo do trabalho, mas também na
competência de o mesmo julgar a importância da tecnologia digital e suas
finalidades relacionadas a uma perspectiva de inclusão/alfabetização digital, de
políticas públicas e também de construção de cidadania.
Abordou-se ainda uma visão sobre o uso das tecnologias no contexto
educacional que pode ser orientado por educadores qualificados na área para
gerar mais conhecimento de mundo a partir de mídias digitais. A devida
orientação sobre o uso de tecnologia realizado na escola pode ainda contribuir
no desenvolvimento educacional do aluno em seu meio social tornando-o
protagonista do seu desenvolvimento como cidadão e pesquisador.
Acredita-se que a tecnologia digital possibilita ao professor e ao aluno uma
infinidade de oportunidades no desenvolvimento de atividades pedagógicas que
permitem conduzi-los à construção de seu conhecimento com autonomia, e de
forma colaborativa, visto que não estarão sozinhos, mas conectados em rede
com seus pares.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996.
BRASIL.
BRASIL. Módulo introdutório de integração de mídias na educação. Curso
Mídias na Educação. CD-ROOM. Brasília-DF: MEC/SED, 2009.
CARVALHO, José Oscar Fontanini de; NETO, Calixto Silva. O PROGRAMA
DE INCLUSÃO DIGITAL DO GOVERNO BRASILEIRO: Análise sob a
perspectiva da interseção entre ciência da informação e interação
humano computador. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da
Informação,Campinas, v.5, n. 2, p. 25-52, jan/jun. 2008– ISSN: 1678-765X.
CHAVES, E. Tecnologia na educação. (2004). Disponível em:
<https://chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/tecned2/tecnologia-naeducacao.html>. Acesso em: 9 de set. 2022.
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas,
2000.
PEIXOTO, M. de À. P.; BRANDÃO, M. A. G. B.; SANTOS, G. dos.
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SOUZA, J. 6 Dicas para garantir a inclusão na escola. Postado em 10 de
maio de 2017. Disponível em:
<https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1804/blog-na-direcao- certa-6-dicaspara-garantir-a-inclusao-na-escola>. Acesso em: 9 de set. 2022.
SILVA, A. P. M. da; ARRUDA, A. L. M. M. O papel do professor diante da
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Disponível
em:<https://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes_pdf/educacao/v5_n1_2014/An
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SILVA, Kaio César Gomes da. Inclusão digital. Indaial: UNIASSELVI,
2019.138 p.; il. ISBN 978-85-7141-368-9 ISBN Digital 978-85-7141-369-6
TEIXEIRA, A. C. Inclusão Digital: novas perspectivas para a informática
educativa. Ijuí: Unijuí, 2010.

1 Comentário

  1. Marcela Martins Coutinho Soares Soares

    A literatura na educação enfantil é muito importantes na formação do aluno na sala de aula. A criança desenvolve sua forma de pensamento imaginação e escrita.

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